segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mais Teoria na Sua Prática






É preciso cada vez mais provar que a prática da Fisioterapia não é empírica, e que a matéria achologia não faz parte da formação do fisioterapeuta moderno, que nossas práticas tanto para o diagnóstico como para o tratamento estão baseadas em provas, conceitos e evidencias cientificas. É essa nossa meta, oferecer boas referências, ainda que virtuais para que vocês colegas fisioterapeutas possam fazer o melhor dentro do seu possível. Dar mais teoria a sua prática, conscientizar que não existe boa prática sem teoria, e que um bom profissional bem embasado nas mais modernas teorias nem sempre consegue aplicar isso na prática. Essa experiência só se consegue com muita prática e consequentemente muitos erros, os erros ensinam mais que os acertos, porque deixam marcas mais profundas. Lembre-se que quando acertarmos poucos notarão, mas quando errarmos seremos sempre crucificados.

Cuidado para não basear sua prática apenas em livros textos em português, porque geralmente, a tradução não é fidedigna e ainda chega até nós com mais ou menos 10 anos de defasagem. Isso não é regra, também existem bons livros traduzidos que são imortais. É preciso criar também o hábito de referenciar seus conceitos, textos, diálogos quando os mesmos se destinarem ao público acadêmico e profissional. Um homem chamado Jesus Cristo, sempre respondia quando indagado com “Está escrito” e complementava, dizendo não falo da minha própria iniciativa, todos temos que admitir que é um bom exemplo, até mesmo os ateus. Lembre-se que quem referenciar será referenciado. Mesmo que a memória lhe falte com o nome do livro, não se esqueça de pesquisar para que isso não mais ocorra. Fale como fisioterapeuta e se vista como fisioterapeuta de acordo com o ideal que você jurou defender.

Prática Baseada em Evidências
O termo Medicina Baseada em Evidencias foi introduzido por um grupo de epidemiologistas da McMaster University, Canadá, liderados por Gordon Guyatt, em 1992, que desenvolveram uma série de guias para auxiliar os docentes a buscar, apreciar e utilizar a evidência de melhor qualidade para garantir a efetividade do cuidado médico. Atualmente, essa metodologia tornou-se um recurso mundialmente aceito e utilizado por vários profissionais de saúde. A prática Baseada em Evidencias fundamenta a tomada de decisões clínicas, desde o diagnóstico até a melhor intervenção, tomando-se por base a realidade clínica e as preferências dos pacientes.
Evidência é toda pesquisa clínica relevante, centrada no seu paciente, visa responder a pergunta do paciente: quando eu vou ficar bom doutor? Ou seja, serve como parâmetros de diagnósticos, tratamentos e prognósticos.

Cuidado com aqueles que fazem da Fisioterapia um Comércio. Empurram-nos lixo eletroterapêutico, tentam nos convencer a fazer os cursinhos da moda, estudos duvidosos e mais, eles sabem que a formação atual nem sempre é boa, não falo só da Fisioterapia, abro os olhos para o horizonte da educação no Brasil. Estude, estude e estude antes de investir seu tempo, dinheiro e expectativa em prol da sua formação (nobre causa, por sinal). Não se esqueça nunca, que tudo é Cinesioterapia e essas são só outras maneiras da executá-las. Essas coisas falo da minha humilde experiência, se quiser ter a sua é um direito seu, que defenderei até o fim o direito poder acertar e errar.

Fisioterapia deve ser feita com metodologia. A partir do problema clínico apresentado, pesquisar possíveis respostas em lugares e referências confiáveis e sempre duvidar da referência, o que fica implícito que se deve pesquisar mais de uma, claro. Não sei se existe verdade absoluta, acredito que não. Ainda é um desafio, praticar a Fisioterapia Baseada em Evidências, mas é sempre fundamental praticá-la. Este é o objetivo de espaços como este, oferecer um pouco de material para estudo, não por você, mas pelos seus pacientes e pela Fisioterapia, nossa profissão.

REFERÊNCIA
DIAS, R. C.; DIAS, J. M. D. PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS: UMA METODOLOGIA PARA A BOA PRÁTICA FISIOTERAPÊUTICA. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.19, n.1, p. 11-16, jan./mar., 2006